O técnico Everton Goiano, do Potiguar, terá de lidar com um elenco desconhecido. Do grupo que está a sua disposição, apenas dois atletas trabalharam com ele em outras equipes, no caso o lateral-direito Adriano Apodi e o meia André Beleza. As demais peças, Everton está tendo o primeiro contato no trabalho dentro das quatro linhas. Praticamente a montagem da equipe atende indicações da diretoria e também do parceiro do clube, o empresário João Maria Belmont.
Em entrevista coletiva por videoconferência, Everton afirmou que encara essa situação com naturalidade e entende que trabalhar com o “novo” pode por um lado permitir uma certa demora para realizar os devidos ajustes táticos e técnicos, mas por outro pode servir de estimulo aos jogadores quanto à empregabilidade na sequência da carreira de cada profissional.
“Por não conhecer, no primeiro momento, isso pode de alguma forma desfavorecer, porque vamos precisar de um tempo para estudar e conhecer as características de cada um. Mas por outro lado, eu vim para abrir mercado aqui (no Nordeste) e também tenho mercado lá fora, e isso pode favorecer porque estimula os próprios atletas, observando uma situação futura”, disse o técnico, que tem carreira firmada no futebol da região Norte e Centro-Oeste do país.
Boa parte do elenco alvirrubro advém de atletas inscritos na federação estadual e que estão livres de despesa de inscrição. A questão financeira foi levada em conta pela diretoria para a escolha do grupo de jogadores.
Mesmo assim, Everton Goiano entende que trabalhar com “time caseiro” é importante para construção de uma base sólida, observando a Serie D do Campeonato Brasileiro que virá logo na sequência após conclusão do Estadual. E, caso verifique carência em algum setor e dependendo da disponibilidade financeira do clube, ele poderá pedir alguns reforços.
“Não é hora para pensar em trazer atletas do Rio, Minas Gerais ou qualquer outro estado, porque teremos apenas três jogos (Estadual), um restante de competição curta. Então, o ideal mesmo é trabalhar com esse time que está ai, buscar extrair ao máximo de cada atleta, para formar uma ‘espinha dorsal’ para depois sim, com um tempo maior para analisar e ter mais tranquilidade, trazer umas três ou quatro peças, se for preciso, para a Série D”, comentou.
“Não importa quem vai trazer, seja a diretoria ou treinador, o importante é que os jogadores tenham qualidade e o compromisso em honrar a camisa do Potiguar”.
DESAFIO
A reestreia do Potiguar no Estadual ocorrerá daqui a 13 dias e na Série D, somente no dia 20 de setembro. Diante do pouco tempo de preparação, Everton encara a competição caseira como o seu principal desafio.
“Disputar uma competição, com apenas 12 dias de preparação, regrar uma equipe, dar um padrão tático, o preparador físico ter que condicionar essa equipe para suportar os 90 minutos, é muito complicado. Depois, não. Com tempo que teremos até lá, a preparação (para a Série C) será outra bem melhor”, disse.
Foto Yhan Victor

Everton Goiano está trabalhando pela primeira vez no futebol do RN