Durante o segundo tempo do jogo contra o Assu, quando Emanoel Sacramento sacou Lucas Santos para colocar Gilmax, parte da torcida do Potiguar (entendemos ser a minoria) chiou, como também parte da imprensa que estava no estádio. Emanoel estava certo, equivocado quem o censurou por essa substituição.
Não porque o Potiguar ganhou o jogo, mas sim a forma como o time seguiu jogando, mantendo a posse de bola e buscando o ataque, embora sem tanta intensidade como no primeiro tempo. Lucas já tinha cartão, o campo estava molhado, o que aumenta chance de uma entrada mais forte, poderia levar o segundo cartão e ser expulso, o que tornariam as coisas mais difíceis. Tirá-lo de campo por essa razão e ainda resguardado pelo deslocamento de Giovanni para aquela função, nos passa ser uma medida cautelar e segura de Sacramento por conhecer um por um de seus atletas.
E Giovanni, que começou aberto no ataque pela direita, no posto de Wilson, já disse que se sente bem atuando como segundo volante e, de fato, demonstrou isso. A mudança surtiu efeito, lembremos: Giovanni saiu do seu campo, desmantelou a marcação adversária, passando por quatro marcadores, serviu a Leandro Chaves, que deixou Jefinho em condições de marcar; o centroavante não desperdiçou, fazendo o gol da vitória.
O gol, a vitória, claro, é mérito do time, de quem correu atrás da bola, batalhou, suou a camisa, deu o litro de sangue como dizem os portugueses, mas também o mérito é de quem orientou, preparou as peças durante a semana, soube mexê-las no momento certo do jogo e escolheu a melhor estratégia para vencer o valente time do Assu.
Somente quem tem ranço e intolerância por Sacramento não reconheceu (e nem reconhece) o que de bom ele fez e vem fazendo a frente do comando superior técnico do Potiguar. Sim, vem fazendo....É só verificar a montagem astuta do time, com pouco dinheiro disponibilizado pelo clube e pouco tempo de preparação, e observar sobretudo a produção alvirrubra na competição.
No jogo jogado, o Potiguar soma 21 pontos, vice-líder na classificação geral até aqui. Fora dele, perdeu seis, os quais tentam recuperá-los no tribunal superior.
Faço essa defesa ao técnico por justiça ao trabalho serio e comprometido com a instituição Potiguar. Errou por uma escolha ou outra, vai seguir errando na tentativa do acerto, vai melhorar, isso acontece principalmente com técnico de futebol, que vai do céu ao inferno em fração de segundos por conta das interpretações, umas equilibradas e outras não.
Se Sacramento fosse o alfa da profissão, o bambambam, não estaria aqui, estaria da Série A do Brasileiro pra mais longe. O Potiguar teria condições de contratá-lo? Então, são essas coisas que devem ser analisadas e comparadas. Em síntese: um técnico que está de acordo com o clube e que vem fazendo um ótimo trabalho no Campeonato Estadual, sendo digno de vôos mais altos.
Tédio – De momento, o questionamento que fazemos de Sacramento é que, quando nas entrevistas, é ele falar sem detalhar o dia a dia numa critica leve à estrutura do clube. Vem dizendo isso desde o começo, repete a cada entrevista pós-jogo, e se continuar assim, ficará tedioso, não surtirá efeito. Sua mensagem já foi passada, cabe a gestão cuidar disso, junto com seus parceiros.